segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Fundação VINGT-UN ROSADO doa exemplares de livros da Coleção Mossoroense‏

FUNDAÇÃO VINGT-UN ROSADO CONTINUA PROJETO
DE APOIO A BIBLIOTECAS ATRAVÉS DE DOAÇÃO DE TÍTULOS
DA COLEÇÃO MOSSOROENSE
Reitor da UECE, Assis Araripe,
 recebe acervo da Coleção Mossoroense
Foto: Eloísa Helena
Dando seguimento ao projeto de apoio a bibliotecas através da doação de títulos da Coleção Mossoroense, a Fundação Vingt-un Rosado entregou no último dia 25 de outubro, 3.200 livros para a Universidade Estadual do Ceará – UECE. As obras doadas, abrangendo as áreas do conhecimento em Pedagogia, Geografia, Letras, Literatura e Ecologia, serão alocados nas bibliotecas da capital (Itaperi e Fátima) e nos seis campi da UECE no interior do Estado: Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos, em Limoeiro do Norte; Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central, em Quixadá; Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu; Faculdade de Educação de Crateús; Faculdade de Educação de Itapipoca e Centro de Ciências e Tecnologia, em Tauá.

Desde 2009, quando a editora completou 60 anos de existência, a Fundação Vingt-un Rosado, mantenedora da Coleção, iniciou um processo de divulgação e disseminação do acervo, composto por mais de quatro mil obras, distribuídos em mais de 100 mil exemplares. De lá para cá, cerca de 15 mil obras já foram doadas para diversas instituições públicas de ensino do país.

Para o Reitor da UECE, professor Assis Araripe, a doação chega em muito boa hora: “esta doação é de fundamental importância para esta Universidade. Não só para as bibliotecas da capital, mas principalmente para as que ficam localizadas no interior do Estado, tão carentes que são de material bibliográfico”.

A equipe da Fundação Vingt-un Rosado ainda foi convidada para a solenidade de inauguração da nova sede da Editora da UECE – a EduECE, ocasião que contou com a presença da Secretária da Economia Criativa do Ministério da Cultura, doutora Cláudia Leitão, que elogiou a postura da Fundação em doar livros, mesmo diante de tantas dificuldades passadas pelas instituições do chamado terceiro setor: “sabemos das dificuldade pelas quais passam as ONGs, as Fundações, empresas do terceiro setor, então é bastante louvável a postura desta Fundação e serve de exemplo para tantas outras espalhadas pelo país.” Disse a secretária. 

Para os editores da Coleção, este trabalho só engrandece o trabalho iniciado por seu idealizador o professor Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, em 1949, além de disseminar todo este conhecimento que foi adquirido e publicado ao longo de todo este tempo pela editora e divulgar o nome da Coleção Mossoroense para outras regiões.  

Além da UECE, também já receberam doação de livros da Coleção Mossoroense, através da Fundação Vingt-un Rosado, as seguintes instituições:

·         Fundação Joaquim Nabuco (Recife/PE);
·         Academia Vitoriense de Letras e Artes (Vitória de Santo Antão/PE), que não possuía ainda uma biblioteca;
·         UERN, Campus de Assu, montando um núcleo de estudos para toda a região;
·         Universidade Regional do Cariri (URCA – Crato/CE);
·         Universidade do Vale do Acaraú (UVA – Sobral/CE);
·         Academia Iracemense de Letras e Artes (Iracema/CE);
·         Grupo de Leitura de Pereiro/CE;
·         Biblioteca Pública de Grossos/RN;
·         Biblioteca Pública de Nova Floresta/PB;
·         Assentamento Canudos/RN;
·         Comunidade de Poço Novo (Baraúnas/RN);
·         Grupo Mutirão (Luís Gomes/RN);
·         Centros Culturais do Banco do Nordeste do Brasil (Fortaleza/CE, Juazeiro do Norte/CE e Sousa/PB).

Instituições interessadas em receber o acervo devem enviar ofício à Fundação Vingt-un Rosado no endereço: Av. Jorge Coelho de Andrade, 13 – B: Costa e Silva – Mossoró/RN – CEP: 59.625-400. Outros contatos pelo telefone: (84) 3312-2675/(84) 8898-8567 (Com Caio César Muniz) ou pelo e-mail: fvrcm@uol.com.br

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Alcino Alves, força e saúde, meu amigo


Caros Sócios e amigos,
O nosso amigo Alcino está em tratamento de saúde.
Vamos todos formar uma corrente de solidariedade em prol do restabelecimento da saúde do nosso querido amigo.
Alcino, todos que fazem a SBEC estão como as mãos erguidas pedindo ao todo poderoso pela sua recuperação.
 
Força e energia para Alcino,
Abraços,
Lemuel Rodrigues da Silva 


_______________________________________________________________________

Meu querido "papai" do cangaço, Alcino Alves, esse matuto aqui está orando e te mandando um monte de força, meu amigo, nessa empreitada aí...

Volta dessa cirurgia bom todo, pra seguirmos lutando com papo-amarelo e parabelum, em favor da história do Cangaço, meu mestre.

Cumpanheiros Vilela, Capitão Alcino e Rubinho

Rubinho Lima

terça-feira, 25 de outubro de 2011

II Congresso do cangaço, em cajazeiras. Ainda da tempo...


Caros Sócios e amigos,
O II Congresso Nacional do Cangaço e III Semana Regional de História teve inicio nesta segunda feira (24).
Ultrapassando o numero de 470 participantes entre estudantes, professores, pesquisadores, o evento irá até a sexta feira (29).
Ainda há tempo de participar. Venha para Cajazeiras/PB e se hospede no Gravatá Flat Hotel através do site www.gravatahotel.com.br
Prestigie a SBEC e a UFCG/CFP.
Abraços,
Lemeul Rodrigues da Silva

Descobertas do Cangaço

Maria já era centenária desde 2010, e não nasceu no dia internacional da Mulher

Comemorando 3 anos de atividade apresentamos o primeiro resultado de uma minuciosa pesquisa gentilmente cedida pelo seu autor nosso amigo e confrade Voldi Ribeiro na ocasião do ultimo Cariri Cangaço.

Voldi, mais um dos C.S.I. do cangaço

A presente Nota Prévia tem como objetivo dar conhecimento público aos seguidores do Blog Lampião Aceso da localização e do registro do ASSENTAMENTO DO BATISMO de MARIA BONITA contendo a exata indicação das datas: de realização da cerimônia religiosa e do seu nascimento.

Resultado de pesquisa documental e oral, operada a partir de abril de 2011, quando da realização do III Seminário do Centenário de Maria Bonita, promovido pela Prefeitura de Paulo Afonso-BA e, principalmente, realização da exposição Maria Bonita em Nós, promovida pela empresa Cria Ação Comunicação e Arte Ltda., sob a curatela e criação do padre Celso Anunciação, que contou também com a nossa assessoria técnica.

Uma questão muito emblemática para todos, incluindo muitos pesquisadores e historiadores, era a exata confirmação da data de nascimento de Maria Bonita. As imprecisões começavam quando comparávamos: para Virgulino Ferreira da Silva, o capitão Lampião, se encontrou o assentamento do batismo católico e o registro civil de nascimento – é mister que se esclareça – desencontrados em datas, meses e anos. Contudo todos os estudiosos consensam ser o ano de 1898 com o do seu nascimento.

A pergunta que não calava era: por que para Maria Bonita só nos restaram imprecisões de anos ou a única indicação de data, mês e ano - 08 de março de 1911 – sem que se tenha apresentada qualquer evidência documental?

1. Os Registros Históricos do Nascimento de Maria Bonita na Voz dos Autores.

O quadro a seguir sintetiza de modo rápido as diversas indicações quanto à data de nascimento de Maria Bonita:

A primeira indicação da data somente foi encontrada na 9a referência, contida no livro “O Espinho do Quipá – Lampião, a História”, publicado em 1997, 87 anos após seu nascimento e, coincidentemente, 60 anos após sua morte, contudo sem prova documental. Esta constatação, portanto, é o que despertou e moveu nosso interesse em desvendar tão logo e grande mistério da historiografia do Cangaço.

Com o apoio e direta colaboração de Celso Anunciação, com o qual tivemos acesso aos registros eclesiásticos da Paróquia de São João Batista de Jeremoabo e também da Paróquia de Santo Antônio da Glória, cujos livros se encontram arquivados na Cúria Diocesana da atual Diocese de Paulo Afonso-BA.

Justiça seja feita. Com relação a Celso Anunciação, por mais insistência que tenha sido feita à co-autoria da presente Nota Prévia e do futuro livro a ser concluído em brevíssimo tempo, respeitando sua vontade não posso deixar de afirma que sem sua direta colaboração, possivelmente perderíamos a chance de encontrar o assentamento de batismo de Maria Bonita. Os livros consultados se encontram por demais comprometidos tanto na conservação quanto no factível dando físico se forem manuseados.

Também não posso suprimir a providencial orientação e anuência prévia do resultado desta pesquisa, obtida com o grande historiador e amigo pessoal Frederico Pernambucano de Mello.

2. A Missiva de 1971 ao Bispado de Bonfim

A terceira referência que faz referência ao ano do nascimento de Maria Bonita se encontra no registro do pesquisador Antônio Amaury Corrêa de Araújo, quando no ano de 1971, uma missiva foi remetida à sede do Bispado de Bonfim no estado da Bahia, endereçada ao padre Vicente O. Coutinho, referido como secretário do citado Bispado (Diocese). Esta missiva é de particular importância no presente estudo. Os termos da mesma demonstram a busca pelas informações do pesquisador referido.

Não é de se estranhar que após 40 anos, em 2011, se tenha encontrado a carta datada de 16 de março de 1971, aparentemente sem resposta daquele Bispado, com os seguintes dizeres conforme fac-símile a seguir:
Frente

 Verso

É explicável o motivo pelo qual não tenha havido resposta à missiva de Antônio Amaury por parte do Bispado de Senhor do Bonfim/BA, senão vejamos: há a imprecisa indicação dos nomes próprios do pai e da mãe e de Maria Bonita. Nada de mensurar criticamente o pesquisador. Na época, é de se imaginar com os dados disponíveis, que qualquer um poderia cometer tais equívocos. Vale, no entanto a intenção positiva do pesquisador hoje já consagrado.

3. Registros das Paróquias de Santo Antônio da Glória e de São João Batista de Jeremoabo e dos Cartórios do Registro Civil de Santo Antônio da Glória e de Jeremoabo/BA.

Dado o precário estado de conservação em que se encontram os livros consultados a pesquisa, além de difícil requereu a adoção de cuidados especiais para que os registros não fossem danificados.

Os registros paroquiais consultados foram os seguintes: assentamentos de batismos do período compreendido entre os anos de 1901 a 1922 e para os assentamentos de casamentos do período compreendido entre os anos de 1907 a 1940.

Os registros cartoriais e civis consultados foram os seguintes: termos de nascimentos do período de 1902 a 1937 e para os termos de casamento do período de 1900 a 1940.

4. O assentamento de Batismo.

Nas primeiras consultas foi identificado o que veio no final da pesquisa a ser confirmado como o Assentamento de Batismo de Maria Bonita, encontrado na Paróquia de São João Batista de Jeremoabo no Livro do período de 1909 a 1915, de número 04 e na folha 30 verso, conforme se encontram a seguir a imagem em substrato da folha fotografada e a Certidão emitida em 22 de agosto de 2011:



Imagem fotografada em substrato da folha pelo autor.
Transcrição


Na consulta ficou evidenciada a utilização dos termos “filha (o) legítima (o)” somente quando compareciam à cerimônia do batismo o pai e a mãe respectivamente.

Quando ocorria de comparecer à cerimônia apenas a mãe os termos utilizados eram “filha (o) natural”. Não foi encontrado nenhum assentamento de batismo com o comparecimento somente do pai.
Estes formatos de registros nos assentamentos de batismos são comuns nos livros consultados com distintos párocos e períodos.

Imagem da certidão escaneada na íntegra.








As confirmações encontradas podem ser assim relacionadas:

a. A coincidência do nome civil da mãe, Dona Déa – Maria Joaquina da Conceição”;
b. A celebração da festa religiosa anual consagrada a Nossa Senhora das Dores realizada no arruado de Santa Brígida, no mês de setembro, quando o vigário da paróquia de Santo Antônio de Jeremoabo, em período denominado “desobriga” atendia às celebrações religiosas de missas, batismos e casamentos. Confirmação obtida com entrevista realizada com Ozéas Gomes de Oliveira (irmão mais novo de Maria Bonita) e sua esposa Dona Abelízia, quando em visita realizada na sua residência na Malhada da Caiçara;
c. Confirmação obtida com a Sra. Abelízia, esposa de Ozéas, da existência passada de um cidadão denominado “AGRIPINO”, morador do Sítio do Taráe, localidade vizinha à Malhada da Caiçara;
d. A não identificação nos assentamentos de batismos pesquisados nas Paróquias de Santo Antônio da Glória e São João Batista de Jeremoabo, de nenhum registro que indicasse qualquer semelhança com o registro encontrado e fotografado e a certidão emitida e assinada pelo Padre José Ramos Neves;
e. A não identificação dos registros civis dos termos de nascimentos dos cartórios de dos municípios de Santo Antônio da Glória-BA e Jeremoabo-BA, de nenhum registro que indicasse qualquer semelhança com o registro encontrado e fotografado e a certidão emitida e assinada pelo Padre José Ramos Neves.
5. Breve Conclusão.

Dada a evidência do Registro e da Certidão extraída e das confirmações relacionadas, bem como de se ter também encontrado o assentamento do casamento de Edvaldo Ferreira Dias e Joanna Maria d’Oliveira (irmã de Maria Bonita), realizado não na Matriz, no dia 18 de abril de 1936, pelo Vigário e Padre José Magalhães e Souza da Paróquia de São João Batista de Jeremoabo, se pode afirmar com segurança que MARIA BONITA NASCEU AOS 17 DE JANEIRO DE 1910.

As conclusões e outras possiveis novidades estarão impressas no nosso trabalho que se encontra no prelo, aproveitamos para apresentar a capa deste.



Crato, Ceará, 22 de setembro de 2011.
Voldi de Moura Ribeiro
Sociólogo e Pesquisador

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Meta de 500 participantes para o II Congresso do Cangaço

Caros sócios e amigos,
O nosso evento já conta com mais de 400 inscritos. O número poderá alcançar 500 inscrições até o inicio do evento na noite do dia 24 de outubro.
Estamos enviando os dados para que possamos ter uma idéia da grandiosidade da temática "Cangaço", e como, se nós trabalharmos com o intuito de ampliar nosso público obteremos êxito nos objetivos que venhamos a traçar em relação as nossas pesquisas.

Abraços e até lá.
Lemuel Rodrigues

(presidente da SBEC)

domingo, 23 de outubro de 2011

O livro de Gilmar Teixeira no Jornal do Commercio, PE



Nova luz sobre Delmiro Gouveia

Quase um século após o misterioso crime, pesquisador apresenta em livro versão inédita para a morte do homem que revolucionou a indústria no Nordeste


Delmiro lendo jornal em sua cadeira, tal qual quando foi morto

A pergunta atravessou décadas sem resposta. Entre silêncios e murmúrios, um crime sem solução, mais um, retrato de um país onde a injustiça é, muitas vezes, o único elemento indubitável. Mas o manto do mistério pode ter sido desvelado 94 anos depois. É o que garante o historiador baiano Gilmar Teixeira Santos, que mergulhou no intrigante crime e lançou à luz fatos ocultados pelas biografias anteriores. A investigação feita pelo pesquisador revela que o homicídio foi uma grande trama arquitetada por falsos amigos e rivais do homem que anteviu o Nordeste do futuro.


Os operários Róseo Morais do Nascimento e José Inácio Pia, conhecido como Jacaré, haviam sido demitidos de uma das fábricas de Delmiro duas semanas antes do crime. Pobres, foram presos e acabaram condenados pelo homicídio à pena máxima de 30 anos. Jacaré fugiu duas vezes da cadeia e foi morto em 1924 pelo coronel José Lucena, mesmo homem que matou o pai de Lampião. Róseo cumpriu 15 anos de pena, foi solto por bom comportamento e morreu de velhice em 1979. Em vida, nunca conseguiu se desfazer da pecha de assassino. Uma revisão processual, porém, inocentou a dupla mais de meio século depois, em 1983, após acreditar um álibi desprezado na época e segundo o qual ambos estavam em Sergipe no dia em que Delmiro foi eliminado. Enterrava-se ali, naquela absolvição póstuma, a principal versão sobre o crime.Outra hipótese difundida alardeava que o assassinato teria sido demandado pela Machine Cotton, empresa escocesa que havia perdido mercado com a ascensão da Companhia Agro-Fabril Mercantil, criada em 1914 por Delmiro Gouveia, a primeira na América do Sul a fabricar linhas para costura e fios para malharia. O que reforçou a possibilidade foi o fato de a Machine ter comprado a fábrica do empresário após sua morte e atirado todo o seu maquinário de um penhasco no Rio São Francisco.

“Todos os biógrafos compraram essas ideias ventiladas logo após o assassinato e ficaram repetindo isso. Ignoraram inclusive a revisão penal que inocentou antigos culpados. Na verdade, essas falsas versões foram difundidas pelos verdadeiros culpados para desviar o foco”, explica Teixeira, em entrevista por telefone ao Jornal do Commercio.

 Róseo Morais e José Inácio Pia, o "Jacaré"
Arquivo do autor não inclusa na matéria original 

O pesquisador começou a se debruçar sobre o crime sem resposta em 2008, quando realizava um documentário sobre a Usina Hidrelétrica de Angiquinho, na margem alagoana da cachoeira de Paulo Afonso, na Bahia, inaugurada por Delmiro em 1913 e que servia para fornecer energia elétrica à fábrica de linha do industrial e à vila erguida por ele na Pedra (AL), município hoje denominado Delmiro Gouveia, em homenagem ao cearense. O trabalho fora encomendado pela Fundação Delmiro Gouveia, que administra o sítio histórico.

Ao cascavilhar o acervo histórico sobre o personagem, Gilmar Teixeira encontrou informações até então ignoradas pela historiografia de Delmiro. Fotos, vídeos, cartas, inquéritos, livros, documentos, pertences e reportagens antigas de quatro revistas e 14 jornais, incluindo o Jornal do Commercio, com cerca de 30 matérias sobre o assunto. A pesquisa resultou no livro Quem matou Delmiro Gouveia?, Obra que leva o leitor de volta à cena do crime e ao jogo de interesses que levou à morte do pioneiro nordestino. Em 153 páginas, o autor garante ter descascado uma dúvida secular.

O mentor do homicídio seria o italiano Lionello Iona, sócio e administrador das empresas de Delmiro. Pouco antes de sua morte, o cearense fez um testamento que colocava Iona como tutor da herança de seus três filhos, até que eles completassem a maioridade. O europeu, que teria redigido o documento, estava enfurecido com a recusa de Delmiro à proposta de compra da fábrica de linhas feita pela Machine Cotton e estaria cansado das humilhações impostas pelo sócio. “Delmiro era um homem à frente do seu tempo, muito inteligente, mas não lia um documento. A família dele fez um escândalo na época, pois não aceitava que Iona ficasse como tutor. Noé, o filho mais velho de Delmiro, só conseguiu retomar o dinheiro aos 21 anos. Iona, então, voltou para a Itália rico. Foi tanto recurso desviado que o contador do italiano abriu um banco logo depois”, diz o historiador.

Lionello Iona, o sócio
A gana pela vantagem financeira, segundo ele, colocou o sócio como autor intelectual de um complô que envolveu cerca de dez pessoas, entre personagens influentes e cangaceiros. Teixeira cita como partícipe a influente família Torres, liderada pela baronesa Joana Vieira Sandes de Siqueira Torres, que se via ameaçada pelo poder econômico e crescente influência política de Delmiro. “Inclusive o juiz do caso era membro desta família e facilitou para que Róseo e Jacaré levassem a culpa em vez dos verdadeiros responsáveis”, afirma.

O político José Gomes de Sá teria entrado na trama pelo fato de o empresário apoiar seu maior inimigo, o coronel Aureliano Lero, que ganharia a eleição para prefeito de Jatobá de Tacaratu, atual Petrolândia. “Além disso, Zé Gomes trabalhava como fiscal de renda e foi delatado por Delmiro às autoridades por receber suborno”, observa Teixeira. Outro cúmplice seria o coronel José Rodrigues, de Piranhas (AL), latifundiário que se sentia desconfortável com a presença de Delmiro, o qual atuava também na pecuária e vendia produtos agrícolas a preços mais baixos que os convencionais.

Até Firmino Pereira, compadre de longa data de Delmiro Gouveia, é listado pelo biógrafo Gilmar Teixeira como um dos envolvidos no crime. A filha de capitão Firmino, como era conhecido na região, estaria difamada após ser seduzida por Delmiro em uma viagem ao Recife? Seu genro lhe dizia que só se casaria com a moça se o industrial fosse morto, e assim fez. De acordo com a versão do pesquisador, é Firmino, cunhado de Zé Gomes, quem contrata os cangaceiros que matarão seu amigo: Luís Padre e Sinhô Pereira, que foi o precursor de Lampião no cangaço.

Sinhô Pereira e o primo Luis Padre 

Dois outros homens teriam dado cobertura à dupla no dia do homicídio a mando de capitão Firmino. Seriam eles o fazendeiro Herculano Soares, que havia jurado vingança depois de apanhar do empresário no meio da rua, e seu cunhado Luiz dos Anjos. “Juntei as peças do quebra-cabeça. Delmiro tinha muitos inimigos. O sucesso dele incomodava muita gente. Havia um barril de pólvora pronto para explodir. Lionello Iona, seu sócio, só atiçou as outras pessoas. Foi ele quem arquitetou o plano. Existiam muitos interesses em jogo. Fizeram reuniões para definir como tudo seria”, explana o historiador.

Na noite de 10 de outubro de 1917, Delmiro Gouveia fez o que costumava fazer. Sentou-se no alpendre de seu chalé em Água Branca (AL) para ler jornal. Foi acertado por dois tiros: um no braço e o outro certeiro, no peito, varando o coração. Um terceiro disparo deixou na parede a marca da violência. Róseo e Jacaré haviam sido mandados pelos próprios mandantes do assassinato para Sergipe, sob a alegação de que fariam um serviço para o coronel Neco de Propriá. Ao chegar lá, o trabalho foi suspenso. Quando voltaram, ambos foram acusados do crime.

Chalé onde o industrial foi assassinado a tiros, em 10 de outubro de 1917 

Entre as mais de cem fotos pesquisadas por Teixeira, está uma de Luís Padre e Sinhô Pereira, tirada em 1917, na Vila da Pedra. “O que eles estavam fazendo lá?”, indaga. Numa entrevista em 1951, detalhada no livro, Róseo revelou a história de que foi chamado à mansão da família Torres poucos dias antes da morte de Delmiro e lá viu dois homens, chamados “Luís Pedro e Sebastião Pereira”, recebendo ordens. “Basta ligar os fatos para chegar aos nomes de Luís Padre e Sinhô Pereira como os executores de Delmiro”, assinala Teixeira, que diz não ser dono da verdade. Frisa que seu livro é, antes de tudo, uma interrogação a mais. Talvez um ponto final.
Edição de Segunda-Feira 17 de Outubro de 2011


Livro: Quem Matou Delmiro Gouveia?

Autor: Gilmar Teixeira
Edição do autor
152 págs.


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Mercado Oxente

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Entrevista com o escritor e sócio da SBEC - João de Sousa Lima



ENTREVISTA COM O ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA, DE PAULO AFONSO - BA
Cajazeiras-PB, Sábado, 15 de Outubro de 2011




Entrevista prestada por João de Sousa Lima ao escritor, advogado e jornalista Francisco Alves Cardoso.



ENTREVISTA COM O ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA, DE PAULO AFONSO - BA
CP – O que representa Luiz Gonzaga para você?
JSL – Luiz Gonzaga é nossa maior expressão artística nordestina, foi um talento sem comparações e um homem de um coração grandioso, era capaz de realizar shows em troca de alimentação para levar para seu povo, isso é de uma generosidade sem tamanho. Luiz Gonzaga é a síntese de tudo de bom que representa o Sertão, o Agreste e o Cariri no contexto  artistico-histórico-cultural. Sua música é elemento de inclusão social de uma gente que viveu por muito tempo carecendo de uma assistência direta das políticas públicas e não era ouvida.
CP – Quando e como começou a sua admiração por Luiz Gonzaga?
JSL – Meu pai era um homem duro, alheio às novidades tecnológicas e sociais que iam aparecendo, era um homem ligado ao seu tempo, fincado seus pensamentos na criação Rural. Uma vez ele ouvindo Luiz Gonzaga ele me confidenciou: Eu gosto dele e essa "CANÇÂO" é a mais bonita (Riacho do Navio), ela me lembra o Rio Pajeú, onde eu me banhava quando ele "SANGRAVA".
Convivi com essas lembranças e tempos depois  tive a oportunidade de assistir Luiz Gonzaga cantando em Paulo Afonso por três vezes e em uma dessas vezes lá estava meu pai. Nunca mais deixei de admirar, de gostar, de ser fã do Rei do Baião.
CP – De todas as músicas do Rei do Baião, qual a da sua predileção?
JSL – A letra I, Asa Branca, Paulo Afonso, Serrote Agudo,  ah... de todas, principalmente de Riacho do Navio, pela lembrança que trago de meu pai.
CP – Conheceu Luiz Gonzaga pessoalmente?
JSL – Assisti três shows dele em Paulo Afonso. Em 1988 o então presidente da CHESF, José Carlos Aleluia, o trouxe para fazer uma homenagem  pelo carinho que ele dedicava a nossa cidade. Ele aqui recebeu título de cidadão pauloafonsino. Nesse dia ele cantou no CPA- Clube Paulo Afonso e pude ter a honra de apertar sua mão, pena que não atentei para uma fotografia ou um autografo, na minha condição de admirador imaginava que ele seria eterno na terra, porém ele só é eterno na nossa lembrança e na  perpetuação de sua magnífica obra.
CP – Paulo Afonso foi uma das cidades que ele dedicou música,  existem muitos fãs de Luiz Gonzaga?
JSL – Inúmeros fãs, centenas de pessoas passaram por uma mostra que eu realizei sobre ele e as pessoas sempre falavam que gostava de Luiz Gonzaga, nos temos aqui um programa de rádio dedicado só ao Rei do Baião, o programa é realizado pelo advogado Dantas.
CP – Mudando de assunto, fale do histórico da sua cidade, Paulo Afonso - BA.
JSL – Paulo Afonso é uma belíssima cidade que apareceu para o cenário nacional a partir da década de 40 com as construções das usinas de transmissão de energia elétrica, construídas pela CHESF. É uma cidade com encantadores   pontos turísticos, belezas naturais de um patrimônio brasileiro. Em 1913 o cearense Delmiro Gouveia construiu aqui a primeira Usina Hidroelétrica do Nordeste e a segunda do Brasil, com ela movimentou sua fabrica de linhas estrela, na cidade de Pedra, hoje Delmiro Gouveia, em homenagem a seu criador. A Usina funcionou até 1969 e permanece com Museu resguardando a memória de uma das mentes mais brilhantes do Brasil.
CP – Qual a sua apreciação sobre o governo Dilma Roussef?
JSL – Preferia Lula.
CP – E o Governo Jacques Vagner, como está na Bahia?
JSL – Carecendo de mais políticas públicas para as cidades do interior.
CP – Qual a sua opinião sobre o ex-governador Antonio Carlos Magalhães?
JSL – Deixou seu nome na história política da Bahia e foi reconhecido no contexto político brasileiro.
CP – Fale um pouco sobre a mitologia do Rio São Francisco.
JSL – O Rio Da Unidade Nacional, o majestoso Rio milenar que tantos benefícios trouxe  para os Ribeirinhos, pescadores, Nativos e barqueiros. O Rio é algo sagrado para esse povo, com o  progresso vem sofrendo com o represamento, seu barramento trouxe várias questões ambientais com é notório a observação pela falta de peixes nativos, as cidades submersas, o asseoramento, a transposição, a falta de água corrente. São vários os fatores que acarretam na morte silenciosa do Rio, seria preciso uma urgente avaliação, uma comissão deveria ficar encarregada de realizar esses estudos para se chegar a uma conclusão antes de qualquer  trabalho realizado no Rio que mexe com suas estruturas primordiais.
CP – Por fim, a biografia de João de Sousa Lima.
BIOGRAFIA
João de Sousa Lima nasceu em São José do Egito, Pernambuco. Chegou a Paulo Afonso com poucos anos de nascido e tornou-se filho adotivo das doces e amáveis terras baianas.
É filho de Raimundo José de Lima e Rosália de Sousa Lima. Tem três irmãos: José de Sousa Lima, Manuel José de Lima e Maria Bernadete Lima Santos. Casado com Joselma da Silva Sousa Lima, dessa união brotaram duas princesas: Stéfany da Silva Sousa Lima e Letícia Sousa Lima.
Ganhou notoriedade no meio artístico através dos elogiados livros: Lampião em Paulo Afonso, A Trajetória Guerreira de Maria Bonita, a Rainha do Cangaço e Moreno e Durvinha, Sangue, Amor e Fuga no Cangaço. Três magníficas e plausíveis obras frutos de um excelente trabalho de pesquisa histórica.
Participou como co-autor dos livros: Ecologias de Homens e Mulheres do Semiárido (UNEB – Campus VIII – 2005); Ecologias do São Francisco (UNEB-Campus VIII / Agendha – 2006); As Caatingas: Debates sobre a Ecorregião do Raso da Catarina (Governo da Bahia / UNEB – Campus VIII – 2007); Na Mala do Poeta (Antologia Poética - 2009).
É autor da Cartilha Fotográfica sobre a restauração da Casa de Maria Bonita e criador do projeto que transformou essa casa em Memorial.
É o criador do NEC – Núcleo Experimental de Cinema de Paulo Afonso onde vem produzindo alguns vídeos-documentários.
Ministra palestras em faculdades, universidades, seminários e encontros voltados para a educação e a cultura popular nordestina.
A poesia é uma de suas paixões, fazendo emergir nos versos o que há de mais sublime na alma, fazendo revelar no Eu Poético toda a magia que doces palavras podem fazer: refletir e inspirar leitores.
É Imortal da ALPA – Academia de Letras de Paulo Afonso (ocupa a cadeira número 06). Sócio permanente da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço. Membro e Secretário da UNEHS – União Nacional de Estudos Históricos e Sociais. Membro fundador do IGH – MSPA – Instituto Geográfico e Histórico da Microrregião do Sertão de Paulo Afonso. Membro do CECA/NECTAS – Centro de Estudos da Memória do Cangaço – UNEB CAMPUS VIII.
Como profissional é elogiado em suas diversas atividades realizadas. Afirma sempre que seus trabalhos literários deram novo sentido à vida, deixando para a posteridade um legado de fiéis informações históricas, contribuindo com uma infindável legião de leitores e estudiosos dos temas relacionados ao sertão nordestino.
João de Sousa Lima

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Confiram o hotel em Cajazeiras para os participantes do II Congresso Nacional do Cangaço


Olá, sócios e visitantes.
Seguem as informações do Gravatá Flat Hotel, que será o hotel que serão hospedados os participantes do II Congresso do Cangaço, em Cajazeira-PB. Para os interessados em conhecer os valores e vagas, por favor cliquem aqui ou na imagem e conheçam as acomodações e valores do hotel.




terça-feira, 4 de outubro de 2011

II Congresso Nacional do Cangaço - Programação


II Congresso Nacional do Cangaço e III Semana Regional de História do CFP/UFCG – 2011


Programação

Dia 24/outubro/2011 (segunda-feira)
08:00 às 11:00
  • Credenciamento
  • Inscrições (encerramento)
19:30 às 21:30
  • Cerimônia de Abertura
  • Conferência de Abertura: Prof. Dr. Lemuel Rodrigues da Silva
Dia 25/outubro/2011 (terça-feira)
08:00 às 09:30
  • Minicursos
09:30 às 12:00
  • Apresentação Cultural
14:00 às 17:00
  • Grupos de Trabalho (GT)
19:00 às 21:00
  • Mesa Redonda 1 - A representação do cangaceiro nos livros de história
    • Profª Ana Lúcia Granja de Souza
    • Prof. Ms. Emanuel Pereira Braz
    • Profa. Dra. Maria Lucinete Fortunato
21:00 às 22:30
  • Minicursos
Dia 26/outubro/2011 (quarta-feira)
08:00 às 09:30
  • Minicursos
09:30 às 12:00
  • Encontro com autores Alcino Alves Costa (SE)Honório de Medeiros (RN) e Paulo Medeiros Gastão (RN)
14:00 às 17:00
  • Grupos de Trabalho (GT)
19:00 às 21:00
  • Mesa Redonda 2 – Identidades constitutivas do ser nordestino
    • Profa. Dra. Mariana Moreira Neto
    • Prof. Ms. Joel Carlos de Souza Andrade
    • Juliana Pereira Ischiara
21:00 às 22:30
  • Minicursos
Dia 27/outubro/2011 (quinta-feira)
08:00 às 09:30
  • Minicursos
09:30 às 12:00
  • Apresentação Cultural
14:00 às 17:00
  • Grupos de Trabalho (GT)
19:00 às 21:00
  • Mesa Redonda 3 – As reações da igreja romanizada sobre a atuação de beatos e conselheiros
    • Prof. Dr. Ângelo Osmiro Barreto
    • Prof. Ms. Marcílio Lima Falcão
    • Prof. Dr. Elri Bandeira de Sousa
21:00 às 22:30
  • Minicursos
Dia 28/outubro/2011 (sexta-feira)
08:00 às 09:30
  • Minicursos
09:30 às 12:00
  • Conferência – Nordeste e nordestinidades.
    Profa. Dra. Rosa Maria Godoy Silveira (UFPB)
14:00 às 17:00
  • Grupos de Trabalho (GT)
  • Assembleia Geral da SBEC
19:00 às 20:30
  • Minicursos
20:30 às 22:00
  • Cerimônia de Encerramento
  • Apresentação Cultural
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